sobre Balé Popular do Recife e Eu | Carta ao Sol...
Aprendi que quando alguma coisa de ruim acontece, devemos canalizar uma energia positiva de recuperação, de melhoria do estado anterior, de crença e fé. É isso que vim transmitir a essa família que representa um dos mais intensos brilhos desta cidade, num universo que escolhi para dedicar minha vida, o da arte... alegria, carnaval, são João, natal, ciclos, força, coragem, determinação, perseverança e humildade.
Faço parte de uma geração que viu um grupo concorrente de uma abertura de jogos ganharem o prêmio de melhor coreografia e figurino por fazerem uso dos adereços e formações do Balé Popular do Recife. Isso foi em 1992 e estudava no Colégio Contato.
Quatro anos mais tarde, fui, influenciada por amigos já engajados, a fazer parte durante 1 (um) ano da, então na época, Escola Brasílica, instruída pela professora Mabel ou Diane, como era conhecida na época e que nos levava a uma viagem no tempo pela história e mais estórias desse Balé.
Desse ano, 1995, até sair do Brasil para Nova York em 2000, acompanhei as aventuranças desse grupo revolucionário que me fez, assim como a muitos, viver como uma tupiniquim em terras de Tio Sam, que só sabia levar as histórias e brincadeiras populares "de onde eu vim" pela inegável influência e projeção de suas ações.
De volta ao Brasil... anos mais tarde dessa volta, me percebo no momento de maior aproximação e ao mesmo tempo admiração mais madura dessa vida sócio-familiar de influências, lutas, dificuldades, resistências, história, amigos, muitos amigos, e gente que uma vez que fez parte, nunca mais deixa de fazer... como acontece com minha eterna diretora Maria Paula, filha dessa ordem. Que durante meu período como sua produtora me fez chegar junto de Vivi, Tati, pais e perto de André, Ângela, Andrea, Sylvia, Luciana, Antúlio e etc... e sentir corporalmente a essência disso tudo. E ver o quanto é real!
Assim como a minha, existem mil histórias mais e mil vezes mais significativas vivencial e emocionalmente de mil pessoas... ou de duas mil e nove pessoas que marcarão um ano de passagem... de renovação e de surpreendente apoio, reconhecimento e melhoria de uma ordem que jamais deveria ter sido acomodada por apoios, parcerias e subsídios... mas que receberá tudo nesse começo de momento... o momento certo, talvez...
O Balé Popular do Recife é Pernambuco, dentro e fora, são tupiniquins espalhados pelo mundo inteiro, é o despertar para curiosidade do que existe de mais interiorizado e enraizado de nossas tradições e brincadeiras populares. Para Recife, Pernambuco, Nordeste, Brasil e para o Mundo... deixo aqui minhas sinceras condolências e disponibilidade, na certeza e na força e luz de recuperação. Não pensemos mais nas perdas... que o amor nos mande força e coragem para pensarmos no que vem... e - como diz minha sempre diretora e amiga, parafraseando seu Mestre Suassuna - "puxando-o para o Alto, para o Reino e para o Sol".
Recife, 06 de fevereiro de 2009.
Carla Carvalho do Rêgo
Produtora Cultural – Jornalista e Publicitária
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Carla Carvalho do Rêgo
Elaboração de Projetos Culturais e Produção Executiva
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"A experiência do corpo é descobrir o ritmo interno através do qual se pode mobilizar a via de comunicação que há em seu interior."
María Fux
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