PANDEMIA - intervenções urbanas: flexibilização, aglomeração e distanciamento em locais públicos.

{Pessoal, Transitório e em Processo}
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Renato Rocha e NAI apresentam

PANDEMIA

Uma série de intervenções urbanas, de 13 a 29 de setembro, no Centro, Zona Norte, Zona Oeste, Baixada Fluminense e Zona Sul, para discutir flexibilização, aglomeração e distanciamento em locais públicos.

Numa parceria com o MAR – Museu de Arte do Rio e a C. Galeria, o diretor Renato Rocha leva às ruas seu Núcleo de Artes Integradas – NAI (grupo internacional e pluricultural) para intervenção urbana e arquitetônica a respeito de aglomeração e distanciamento em tempos de pandemia do Covid-19.

A 1ª ação será AMANHÃ, domingo, 13 de setembro, na Praça Mauá, das 14:30h às 17h. O primeiro momento será dentro do MAR, sem público, e o segundo momento será na Praça Mauá, junto ao MAR. Tudo será transmitido pelo Instagram do NAI.

Toda programação terá transmissão ao vivo pelo Instagram do NAI (#nucleodeartesintegradas), com quatro pontos de vistas diferentes, quatro câmeras que podem se movimentar, inclusive por solicitações feitas por quem estará assistindo no Instagram.

Renato Rocha é diretor dos musicais “Ayrton Senna” e “Meu Destino é ser Star”, da peça “Eu, Moby Dick”, dos site specific “S’BLOOD” e “Entre Cinzas, Ossos e Elefantes”, entre muitos outros trabalhos no Brasil e na Europa.


RELEASE:

Performers em trajes hiperprotetivos no espaço vazio e no espaço público. Performers que caem repetidas vezes ao chão em grupos e desmoronamentos aleatórios. Blocos de pessoas que insistem em caminhar para trás em diversas diferentes direções. Grupos emaranhados em linhas que asseguram a distância mínima de 2m e dá visualidade poética ao distanciamento social necessário, assim como duplas separadas em distâncias exatas por fita métrica. Tudo isso transmitido ao vivo em várias lives e diferentes pontos de vistas simultaneamente. O público podendo intervir.

Numa ação de performance e intervenção urbana, 15 performers do NAI, oriundos de diversos territórios e extratos sociais diferentes da cidade, ocuparão as instalações do MAR – Museu de Arte do Rio, como um lugar simbólico da cultura que segue em sua maior parte fechada, e de dentro do MAR transmitir essa ação ao vivo, numa interação com o público que estarão assistindo em suas casas. Num segundo momento os performers sairão ao espaço público da Praça Mauá, criando um campo de diálogo entre corpos, arquitetura, paisagem, espaço público e lugar de passagem. Assim, nessa moldura icônica da cidade, amplificar a mensagem da proteção.

Com trajes hiperprotetivos artísticos, o grupo intervirá no espaço público e também no “cotidiano” dos transeuntes que porventura estiverem ali presentes, mantendo rigorosamente os protocolos de proteção. Mantendo o espaço de 2m, se comportando dentro de todos as normas de segurança sanitária em meio a uma pandemia, fazendo arte num momento em que a arte não está impedida de ser presencial, mas que o espaço público está presencial. Então o NAI leva sua arte ao espaço público, assumindo um campo de risco real, para alertar que ainda precisamos nos proteger, dando visualidade poética a necessidade de se proteger coletivamente.

Interrupções e mudanças de rumo devido ao Covid-19

Depois de “Entre Cinzas, Ossos e Elefantes”, um site specific apresentado no final de 2019 em uma ocupação da arquitetura interna e externa da Casa da Glória, o NAI preparava-se para uma nova performance, agora em ambientes públicos como ruas, praças e espaços arquitetônicos do Rio.

A pandemia do Covid-19 tomou conta do mundo, atravessando os caminhos, interrompendo os planos e sacudindo as estruturas pré-estabelecidas. Com o distanciamento social e os espaços culturais fechados, foi preciso reinventar-se. Como um núcleo de pesquisa continuada, nesse período o NAI intensificou seus estudos através das plataformas digitais, procurando entender os acontecimentos, as novas urgências e readequar-se ao momento.

Após 6 meses “distanciado”, com encontros somente virtuais, mergulhando em questões mais filosóficas e humanas, como as pautas indígenas e antirracistas, indo ao encontro de referências como Davi Kopenawa, Ailton Krenac, Djamila Ribeiro, Silvio Almeida, Zé Celso, Walter Benjamin, Foucault e os conceitos de “heterotopia” e “corpo utópico”, entre outras, o NAI decide que é hora de ir às ruas e, mais uma vez, abrir a pesquisa, ser atravessado, afetado pelo público e, consequentemente, afetar interferindo no olhar cotidiano e percebendo o que isso causa.

No já citado “Entre Cinzas, Ossos e Elefantes”, o NAI já questionava o impacto do ser humano no mundo, na natureza, trazendo à tona uma sociedade em escombros, colapsada, destruída. A pesquisa artística procurava entender como seria andar sobre esses escombros, que tipo de mundo seria possível após a total destruição desse mundo que conhecemos, como seria o futuro.

PANDEMIA é um projeto que dialoga e dá seguimento a essa pesquisa, buscando entender esse “novo real”, como construir lugares possíveis, transitórios, novos habitats. É uma saída ao espaço público, em diferentes localidades do Rio de Janeiro, na qual os performers estão usando trajes “hiperprotetivos”.

Sobre a ação PANDEMIA

Nesse momento de flexibilização da quarentena, o NAI quer chamar a atenção para os paradoxos desse alargamento de fronteiras, para o quanto, mesmo com todos os cuidados, ainda podemos colocar os outros e nós mesmos em risco, o quanto estamos de fato protegidos, o quanto o nosso comportamento afeta e influencia outras pessoas, podendo engendrar fenômenos capazes de provocar aglomerações sociais ou não, e até onde vai a fiscalização do poder público em relação a isso, o que pode e o que não pode. Dessa forma, o NAI entende-se como um corpo político no espaço público, ocupando e pensando a cidade como um organismo.

Além dos performers, a ação PANDEMIA conta ainda com um grupo de apoio, artistas que estarão com seus celulares transmitindo as performances ao vivo nos seus perfis pessoais do Instagram. Eles serão como avatares do público que, mesmo de casa, terá a oportunidade de interagir com o trabalho, dando comandos como aproximar/afastar, mudar o ângulo, filmar pontos específicos, etc, de modo a interferir nos pontos de vista, a fim de buscar novos olhares.

Essa ação é o início de trabalho chamado PANDEMIA, que irá intervir ainda em outra partes da geopolítica e social da cidade. Lugares como Madureira, Praça da Cruz Vermelha, Parque Laje e Duque de Caxias serão roteiro dessa ação atravessar a cidade e perceberá as diferentes formas que a pandemia vem sendo sentida e os reflexos disso em cada território e extrato social nos tecidos mais vulneráveis da Rio.

Esse projeto inicia as atividades que já refletem os efeitos da Pandemia do Covid-19, o confinamento, o distanciamento social e os cuidados sanitários, e seus impactos na pesquisa artística do NAI. 

O NAI é um grupo internacional e pluricultural

Ainda este ano o grupo viaja em dezembro para Londres, selecionado para do Festival CANVAS – LONDON INTERNATIONAL ART FAIR 2020, onde artistas do mundo inteiro irão se encontrar e expor suas obras, performances e intervenções. Além de estrear seu novo trabalho híbrido, performativo, transdisciplinar, interativo e sensório, mas pela primeira vez integralmente nas plataformas digitais, pesquisando novas forma de encontro “entre-telas” com o espectador e novas formas de experiências sensórios e a construções de novas dramaturgias e campo afetivos.

O NAI - Núcleo de Artes Integradas é um núcleo de pesquisas continuadas criado pelo diretor Renato Rocha, com o intuito de desenvolver no Brasil o processo artístico que vinha implementando em Londres e no cenário internacional. Ou seja, criar plataformas multidisciplinares e multiculturais, onde a partir do conceito de antropofagia, que o diretor vem chamando de processo criativo antropofágico, fundamentar estruturas de processo criativo, capazes de produzir dispositivos, ferramentas e fundamentos para pesquisas de possíveis dramaturgias, corporeidades, estados sensórios e afetivos e linguagens estéticas. Dessa forma proporcionar o terreno ideal para aflorar as autoralidades de cada artista e performer do grupo, num processo de atravessamentos íntimos e pessoais, de retroalimentações, digestões, ruminações e regurgitofagias que voltam para o processo e determinam cada obra. Assim o NAI vem se estabelecendo num campo de pesquisa e interfaces entre as artes visuais, a performance art, o happening, o site specfic, a tecnologia, a palavra, dramaturgias subjetivas e as experiências imersivas e performativas, onde o espectador é convidado para o centro dessa experiência, criando assim por cognição, sua própria dramaturgia, seus vínculos, e por consequência, sua obra/experiência. A gênese do NAI é de agosto de 2016, no Rio de janeiro, quando Renato foi convidado pelo National Theatre of Scotland, a criar um projeto multidisciplinar para o Festival Home Away, em Glasgow. Assim, artistas como Renato Rocha, Márcio Vito, Renato Machado, Tarsila Takahashi, entre outros, criaram o espetáculo “Antes que tudo acabe” (Before Everything Ends). O projeto teve a parceria do Sesc Rio, onde o espetáculo fez sua temporada no Brasil, e Renato, a convite do Sesc Rio, ministrou uma residência artística com artistas de diferentes backgrounds. A partir dessa residência, outros artistas se juntaram a esse grupo e assim seguiram pesquisando com o diretor esse campo das interfaces artísticas e em como trazer para o espaço expositivo uma outra relação espectador – obra – experiência. Em seu segundo trabalho, “S’BLOOD” (2018), abriu essa pesquisa ao público, querendo perceber como o olhar do espectador iria interferir nas direções dessa pesquisa, e o resultado dessa experiência foi indicado ao Prêmio Shell-RJ na categoria Inovação. Em seu terceiro projeto, “Entre Cinzas, Ossos e Elefantes”, o NAI amplia os horizontes da pesquisa, dando um passo mais ousado ao encontro da subjtividade do espectador, que agora precisa completar e significar a obra, podendo até performar junto com os artistas do grupo. Assim o NAI abre novas possibilidades de interações, especulações, mudanças de perspectivas e pontos de vistas, amadurecendo sua pesquisa artística e sua relação com o espectador, e ainda percorre novos caminhos, interagindo e ocupando diferentes arquiteturas da cidade do Rio de Janeiro, e percebendo com isso afeta e transforma seu trabalho.

Hoje o NAI, tem em sua composição uma diversidade de artistas, técnicos e criadores de diversos cantos da cidade, do país e do mundo. De Copacabana, Marechal Hermes, Pavuna, Irajá, Laranjeiras, Maracanã, Vidigal, Realengo, Abolição, Tijuca, Gávea, Leblon, São João de Meriti, Catete, entre outros. Além de estados como SP, Goiás, Bahia, Espírito Santo e Manaus. E ainda outros países como Angola e França. Ou seja, um grupo internacional e pluricultural que representa toda a pluralidade que se reflete e, seu pensamento e pesquisa artística. Um grupo que faz da cidade do Rio de Janeiro uma casa do mundo, se tornando um corpo importante na cidade.

Renato Rocha

Renato Rocha é um diretor brasileiro que desenvolve uma carreira internacional desde 2010. Em Londres criou espetáculos para a Royal Shakespeare Company, The Roundhouse, LIFT (London International Festival of Theatre) e Circolombia. Criou espetáculos também para a Bienal Internacional de Artes de Marselha, National Theatre of Scotland, o Festival Internacional de Dança de Leicester, União Européia, Unicef e Aventura Entretenimento. Além de ter dirigido e colaborado em projetos na Índia, Berlim, Tanzânia, Quênia, Egito, Paris, Nova Iorque, Edimburgo, Estocolmo, Budapeste e Colômbia. No Brasil dirigiu “Ayrton Senna” e “Meu Destino é ser Star”, espetáculos produzidos pela Aventura, entre dezenas de outros espetáculos. Fundador do NAI - Núcleo de Artes Integradas, Renato desenvolve ainda uma pesquisa artística multidisciplinar, que vem chamando de processo criativo antropofágico, e vem ministrando residências artísticas ao redor do mundo. Seu mais recente espetáculo, “Eu, Moby Dick” acumulou 16 indicações pelos principais prêmios de teatro do Brasil e segue circulando pelo país. (Website: https://www.rrenatorrocha.com)

Serviço

PANDEMIA
de 13 a 29 de setembro
Locais: Centro, Zona Norte, Zona Oeste, Baixada Fluminense e Zona Sul
Datas: As datas da programação serão avisadas no próprio dia, poucas horas antes do início de cada ação, para evitar aglomeração, mas também para surpreender do público de cada localidade.
Para assistir pelo Instagram: #nucleodeartesintegradas 

Ficha técnica

Direção: Renato Rocha
Intervenção sonora: Daniel Castanheira 
Fotografias: Bruna Zaccaro 
Vídeo: Paula Djahjah 
Colaboração em vídeo: Marcela de Luna
Performers: Beatriz de Brito, Camila Doring, Claudia Wer, Dani Barbosa, Daniel Canto Bouzas, Eduardo Ibraim, Gabrielle Andreão Novello, Maria Cândida Portugal, Miguel Kalahary, Natasha Pasquini, Nina Rodrigues, Raquel Polistchuck Nogueira e Tatyane Meyer
Apoio e transmissão ao vivo nas redes sociais: Maria Cecília Troccoli Araújo Ribeiro e Helen Corrêa Barbosa
Fotografias: Bruna Zaccaro 
Vídeo: Paula Djahjah 
Colaboração em vídeo: Marcela de Luna
Assessoria de imprensa: Ney Motta

Atendimento à imprensa

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