Síndrome de Guerra
Sabe Síndrome de Guerra? Eu tenho. Era bem pior, antes da minha cirurgia do estômago. Agora, pelo menos com comida, preciso desapegar. Ela se confunde com o atual FOMO. Mas não é a mesma coisa, não. Numa explicação fácil, quando estamos em guerra, precisamos reter o máximo de subsídios para sobrevivência que pudermos para quando faltar. Meu primeiro instinto para qualquer coisa tem essa condução. Retenção. Daí eu penso... e desapego. Acho que é o mesmo ponto de partida dos acumuladores sem chegar na parte do desapego. Inclusive, venho acumulando dentro de mim, nos últimos três anos. Estou sempre cercada pelas minhas coisas e tenho tudo sempre à mão. Quando eu era produtora, achava isso providência... quanto mais antecipado o produtor está, melhor ele resolve riscos, conflitos e problemas em geral. Como somos mutantes contínuos, estou percebendo e querendo uma alteração radical nesse fluxo. Ainda não sei bem no que vou me tornar, mas as pinceladas que já estão sendo dadas, já mostram um respirar de ares diferentes, como uma liberdade que a gente nunca soubesse da existência. Cantos serão esvaziados, com certeza. O coração palpita ao pensar na possibilidade do vácuo, da queda livre, no estar à deriva... só que, dessa vez, as batidas parecem estar num compasso diferente. Num ritmo que deseja, ao invés do velho e bom que evita e ama a permanência do sentir. E penso que não sei o que prever e que continuo no caminho, sem titubear, só indo...
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